O "regime feudal" e as execuções na Guiné Equatorial em audição no Gabinete do Parlamento Europeu
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“Não temos liberdade, nem dinheiro, nem comida. Os professores são tratados como inimigos pelas autoridades, as crianças saem das escolas a não saber quase nada, porque ao [Presidente, Teodoro] Obiang não interessa que as pessoas tenham educação”, frisou na audição Juan Tomás Ávila (na foto), o qual estará agora dois meses e meio na Europa em campanha pela liberdade e democratização do seu país natal.
Ávila, de 47 anos, descreve a Guiné Equatorial como “um regime feudal, onde acontecem as coisas mais horríveis”. “As pessoas são espancadas nas esquadras assim que lá entram, isso é o que é normal, e são alvejadas a tiro pela polícia e soldados, acusadas de intenções perigosas contra o Estado ao mínimo sinal de crítica… Todos o sabem, todos têm medo. Como é que se pode levar a sério uma promessa de suspensão da pena de morte feita por um regime que governa assim o seu povo?”, questiona Ávila, a propósito da “moratória temporária” à pena capital anunciada em fevereiro pelo Governo da Guiné Equatorial. (publicaremos em breve a entrevista na íntegra a Juan Tomás Ávila)
A Guiné Equatorial, que está em vias de ser aceite como membro de pleno direito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), executou há apenas dois meses pelo menos quatro pessoas, senão mesmo nove, esvaziando os seus corredores da morte desta forma duas semanas antes de anunciar uma suspensão da pena capital, condição que lhe era exigida pelos países da CPLP. Estas execuções foram confirmadas na passada quarta-feira, 26 de março, pela Amnistia Internacional, tendo a organização expressado profunda preocupação e posto em causa também não apenas a validade legal da "moratória temporária" à pena capital, como os reais motivos na sua adoção por parte das autoridades da Guiné Equatorial.
http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1679:2014-03-28-17-00-48&catid=19:noticias&Itemid=77
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